domingo, 20 de novembro de 2011

Do verbo "caber"

A gente sempre cabia. E tudo cabia à gente.
Se encaixava, tinha lugar meio que reservado, era enfileirado, mas era bom!
Acho que foi costume e talvez tenha tido um pouco de ciúme, mas acho que só no começo. Porque depois, de fato, se acostumou. E tudo pareceu bem. Realmente se encaixava.
Mas quando o tempo está bom demais, azul demais, comece a desconfiar... Porque é nessas horas que as tempestades gostam de chegar. E inundam tudo e limpam tudo. E te fazem pensar:
Céus, o que será? É assim que tem que ser?
E chega a linda dúvida, plantada por um raio em sua cabeça... E quem disse que sai fácil? Não sai. Você finge que nada há, mas não consegue deixar de pensar: Será?
E ao pensar não se aguenta... Infla o peito e grita. Grita coisas que nem jamais sussurraria. Mas já era: Se perdeu!
Você perdeu!
E a perda, querendo ou não, sempre é grande. E sempre deixa alguma coisa fora do lugar. E sempre deixa um vazio, mesmo que mínimo, mesmo que você negue.
E isso te faz pensar de novo: Será? Porque, convenhamos, você pode ter se arrependido. Afinal, não cabia há pouco tempo. Já havia se passado alguns anos.
E hoje, vendo aquelas fotos... Aquelas mesmas onde a gente se cabia, onde a gente se encaixava, eu me perguntei: Será?
E também me perguntei se vocês, algum dia, já pararam pra se perguntar...
O que, exatamente, aconteceu? Onde foi que paramos?
Céus...