Eu já sabia desde aquele dia que tudo entre nós havia
acabado.
Você não precisava ter me convidado a ir até sua casa, você
não precisava ter tocado aquela música linda do Oasis pra mim se isso não ia
mudar nada dentro de você. Se isso não fosse significar nada.
Não era necessário ter me feito acreditar que ainda tinha
uma chance para nós dois e depois de eu acreditar por cinco minutos ter me
feito cair de cara no chão.
Foi outra ilusão. Foi tudo uma ilusão.
Se eu apenas tivesse sabido desde o começo, Fred, te juro
que teria evitado tudo isso. Se eu soubesse que aquele sorriso era de brincadeira,
eu não teria acreditado.
Que burra fui. Cega pelo que quis acreditar, deixei minha
visão se ofuscar por causa dos vazios dentro de mim que, por um tempo, você
preencheu tão bem.
Mas é como dizem “de nada se adianta tampar o sol com uma
peneira” e eu nem ao menos notei que os vazios continuavam lá, apenas estavam
camuflados pelo seu sorriso de criança esperta. Eu te amei Fred e você foi
malvado o suficiente para fingir me amar de volta.
E então “bum”, me culpar por um erro que eu não cometi
apenas pra ter uma desculpa pra se livrar de mim, te garanto Frederico, que dos
males que te ocorreram, os que eu provoquei foram os menores e as memórias que
eu deixei, as melhores.
Mas você já deve ter esquecido tudo uma vez que eu nunca
devo ter significado nada, verdadeiramente. E quando você dizia que tinha algo
de especial em mim, também devia ser mentira. Só queria, quando você chorava,
não ter te consolado e sim desejado que você se afogasse em suas próprias
lágrimas. Eu estava lá o tempo todo pra no fim ser como qualquer coisa que você
joga fora.
Só me diz o que eu faço agora com a minha discografia do
Oasis que me lembra tanto você? O que eu faço com aquela foto de moldura bonita
que você me deu, que representa um dos dias mais felizes da minha vida? O que
eu faço com nossas músicas, nossos poemas, nossa história? Enfio goela a baixo
e finjo esquecer pra poder viver em paz. É a única solução que encontro no
momento.
Só me arrependo de ter te olhado nos olhos aquele dia e sussurrado
contra seus lábios “eu amo você”, se no fundo, no fundo, eu sabia que você não
me retribuía.