domingo, 4 de julho de 2010

Insignificante

Ela só queria o príncipe encantado. Na cabeça dela, isso não era pedir muito. Alguém bonito por fora e por dentro, sensível, amoroso, romântico, corajoso, inteligente, apaixonado, amigo, sincero, carinhoso... Enfim, apenas perfeito.
Ela via na chegada desse cavalheiro, a chegada de um motivo concreto para sua vida, para ser o ar que ela respirava e a razão pela qual ela existiria!
Um dia, depois de tanta insistência, apareceu alguém. Não era tão bonito, nem por fora e nem por dentro, não queria ser apenas amigo, era até carinhoso, mas ela não poderia dizer nem em mil anos que aquilo era romantismo, era um covarde que só vendo, às vezes parecia até meio louco... Era sincero só até quando os olhos dela ainda estavam nele. Ele mentia, ela nem imaginava.
"Quem ama o feio, bonito lhe parece."Ela pensava e cada vez mais fundo caía, cada vez mais, por ele, se apaixonava.
Não durou muito, nada dura, muito menos com ela, que logo se cansa de tudo. Ele ia piorando, ficava testando aquela a quem jurava que amava, sempre dizia nas mensagens de texto que estava pensando nela, mas ela no fundo sentia que ele queria estar com qualquer outra.
Ela mediu em sua balança imaginária, o quanto aquele garoto valia, comparado aos seus sonhos, não era nada. Só pó! Ela não o queria mais e se arrependia de um dia ter mentido que quis, ela nunca o quis de verdade. Estava se deixando magoar à toa, aliás, só se magoava pra mostrar as pessoas que estava magoada, que tinha alguém pra magoá-la. No fundo nem ligava.
Ela sempre quis ter um namorado, sempre, mas nunca achou que isso seria tão chato, era uma coisa tão boba, ela nunca precisou disso, nunca precisou de ninguém... Ela não sabia por que tinha se convencido dele. Ele não era o príncipe que ela sempre quis, nem bonito ele era, pelo menos podia ser uma bolha vazia, só a casca, talvez ela não fosse se importar tanto. Mas não. Ele era idiota, assim como a ideia de namorar ele, namorar alguém. Idiota! Ela se sentia idiota por ter desistido de algumas coisas pra poder ficar com ele. Ele nem ao menos fizera por onde. E ainda por cima gostava de joguinhos. Ela odiava. Ela o odiava. Nunca mais deixaria que os lábios dele tocassem os dela novamente. Ele não era o que ela queria. Então por que insistira???
Agora o que ela queria se resumia em viajar o mundo, conhecer países, culturas... E continuar em busca do ser eterno happy ending, sem ele, sem qualquer homem que fosse. Sem pensar que para ser feliz pra sempre, precisava de alguém além dela, algum namorado, palavra insignificante pra definir a insignificância(?) da coisa em si. Insignificante, o que, agora, um possível namorado significaria pra ela!
Agora ela era auto suficiente, já sabia até pintar as próprias unhas!

Um comentário:

  1. Repetindo...:
    União harmoniosa de nossas personalidades...
    ...A Lika consegue escrever com o coração, e com o pedaço do meu próprio que cabe a ela.

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