domingo, 11 de setembro de 2011

E que se vá...

Eu já descobri o que você faz. Então, por favor, pare.
Pare de entrar sempre com a ponta dos pés, pare de manusear a porta para que as dobradiças não façam barulho enquanto você, cuidadosamente, a abre e depois a fecha.
Se você não quer que eu saiba da sua presença, por favor, não entre! Se poupe do trabalho e me poupe da dor de saber que você esteve aqui, investigando algo e que quando descobriu, foi embora. Sem nem ao menos me dizer adeus. O que é que você tanto procura, afinal??
Não me lembro de você ter se esquecido de algo aqui comigo, acho que nada mais seu há aqui esperando ser encontrado. Não há mais nenhum tesouro, seu mapa é inútil...
Tesouro... Quase nada há de bom aqui, quem dirá tesouro... Nada a ser descoberto.
Apenas coberto e encoberto, em todas as razões que eu perdi quando te dei a primeira cópia da chave da porta de entrada... Tudo isso só pra você fazer mau uso dela, agora.
Por favor, se ainda insisti que algo exista aqui esperando por você, entre mais uma vez, pegue logo o que quer que seja e saia, trancando a porta com duas voltas da chave na fechadura em seguida. Não se preocupe em não fazer barulho. Eu quero me lembrar da sua última visita.
E por favor, depois de trancar a porta com duas voltas na fechadura, me devolva a chave e se vá.





"Quando vejo, estou calada novamente, ouvindo o que você não diz e vendo o que você não faz!"

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